Chapada do Araripe

foto: Italo Alencar

O Bem situa-se no Estado do Ceará, em área coincidente com a região de Planejamento do Cariri, na Bacia sedimentar do Araripe, contornada pela linha verde da Chapada do Araripe, que é considerada a maior bacia sedimentar do interior do Nordeste brasileiro. Esta última apresenta-se como uma unidade geológica que compreende uma área de 12.000 quilômetros quadrados, inserida no sertão e estendendo-se pelo extremo Sul do Estado do Ceará, Noroeste do Pernambuco e Leste do Piauí.

A Chapada do Araripe é um importante marco ambiental, paisagístico e fossilífero que influencia diretamente toda a ocupação e cultura do seu entorno. Como se espera em um espaço territorial de interesse ambiental, social e cultural, a bacia cultural da chapada do Araripe como espaço de uso sustentável, com áreas assimétricas de ocupação humana e impactos ambientais sensíveis, a maior parte da área deve ser destinada, conforme o plano de proteção e gestão integrado, voltados para a preservação ambiental.

A região de planejamento que está diretamente ligada à Chapada do Araripe é o Cariri cearense, composto por 29 municípios, que pode ser visto adiante. A definição dos limites da zona Central e os da Zona de Amortecimento, necessários na candidatura do bem à Lista de inscrição no Patrimônio Mundial foram introduzidos critérios que permitam, a partir dos atributos próprios da paisagem cultural, afirmar o Valor Excepcional da Chapada do Araripe, baseados num conjunto de valores cuja autenticidade e integridade são manifestamente reconhecíveis por toda a comunidade.

As linhas de formatação da área do Bem e da sua zona de amortecimento traçam-se com base na afirmação de uma zona que permite encontrar meios de gestão adequados à proteção e salvaguarda do Bem e à expectativa de que os estados vizinhos, particularmente Pernambuco, no quadro de um debate colaborativo existente, brevemente solicitarão o alargamento da área de inscrição.

A área de amortecimento define-se por ter a função de proteger eficazmente o bem proposto à inscrição, cujo uso e exploração estão sujeitos a restrições jurídicas e/ou consuetudinárias, de forma a reforçar a proteção do bem em causa. 

Abrangendo um vasto conjunto de bens materiais (tangíveis) e imateriais (intangíveis) preenchidos por diferentes valores — históricos, simbólicos, religiosos, artísticos,  científicos, sociais, arqueológicos e etnográficos, utilitários — entre outros, a área foco de preservação é contornada por uma área de proteção que, também ela, é depositária dos valores rememorativos, valores de antiguidade, valores de história, valores da arte, valores  sagrados, valores educativos, valores etnográficos, valores da contemporaneidade, etc.

Dito isso, e considerando a distribuição dos bens mapeados que pode ser visto no mapa abaixo, considerou-se como zona de amortecimento os demais municípios do Cariri que mesmo distantes da Chapada apresentam algum bem identificado em seus territórios, sendo, portanto, ligadas culturalmente e historicamente com os municípios da zona central e, portanto, essenciais para preservação e monitoramento do bem contido na Zona Central. Essas Áreas aqui definidas são provisórias considerando que ainda serão realizados levantamentos de campo e novos estudos que podem apontar novos dados e atributos para redefinição destas.